Dirigentes do Benfica implicados no caso da transferência de Di María. Vieira e Domingos Oliveira chamados

A contratação de Di María ao Rosário Central, há oito anos, continua a dar que falar. Uma denúncia por causa de 20 por cento do passe do jogador que haviam ficado na posse do Rosário e outros 20 por cento de mais-valia de uma futura venda que desapareceram levaram agora um funcionário do Ministério Público a chamar a depor ex-dirigentes do clube argentino e também Luís Filipe Vieira e Domingos Soares Oliveira, administrador executivo da SAD, que foram denunciados como“cúmplices intervenientes do delito de gestão fraudulenta” por Pablo Scarabino, presidente do Rosário Central em 2007, quando se realizou o negócio.

O Benfica adquiriu 80% do passe e o Rosario ficou com 20% da mais-valia 20 por cento. Um novo contrato anulou os 20 por cento do passe e os 20 da mais-valia.

“A procuradora Ana Rabín pediu que fossem chamados para interrogatório os dirigentes do Rosário Central, que acusamos de gestão fraudulenta. Nos casos de Vieira e Domingos, tratam-se de pedidos de esclarecimento, que é uma instância intermédia. Calculo que tenham de o fazer na primeira quinzena de agosto, embora nestes casos possa demorar um pouco mais porque a intimação tem de ser enviada através do consulado. Mas vão ter de se apresentar na Argentina, se não vão estar em incumprimento”, explicou ao jornal O JOGO Sergio Martyniuk, advogado de Scarabino.

“A documentação é muito clara. Por isso, apresentámos a denúncia de gestão fraudulenta contra Horacio Usandizaga, Hugo Ruggiero e Ricardo Milicic, que encabeçavam a Comissão Diretiva e assinaram essa venda. E também a Luís Filipe Vieira e Domingos Soares Oliveira os denunciámos como cúmplices indispensáveis à concretização da operação”, comentou Martyniuk.

A denúncia, feita há quatro anos, chegou num primeiro momento às mãos de um juiz (Juan José Pazos) que a arquivou poucos dias antes de se reformar. Depois, a Câmara de Apelo revogou a decisão de Pazos e enviou o processo ao juiz Luis María Caterina, que lhe deu seguimento. “Queremos saber o que vão dizer sobre o que aconteceu com os 20 por cento dos direitos económicos que desapareceram”, insiste Martyniuk, em cuja denúncia também citou a empresa Gestifute, de Jorge Mendes, por “esta mesma empresa que acessorou o Benfica na transferência foi depois beneficiada com a compra de 10 por cento dos direitos económicos de Di María”.