Arbitragem de Capela vai ter consequências; Francisco J. Marques foi suspenso no Twitter, entretanto regressou e denunciou quem o mandou suspender. "... estava à espera de festa no Estoril"; VAR passa ao nível seguinte?

As imagens do vídeo-árbitro podem passar a ser exibidos nos estádios, ao contrário do que acontece neste momento. Sempre que o jogo para e o árbitro principal comunica com o VAR, apenas quem está em casa tem acesso as repetições e as imagens que o vídeo-árbitro analisa. A ideia passa por estender essa possibilidade de ver as jogadas analisadas a quem está nos estádios, de acordo com Roberto Rosetti, responsável pelo projeto em Itália.

"Importante é que mais decisões corretas estão a ser tomadas, sendo decisivas para o desenrolar da competição. Temos de concentrar-nos nisso. Mas o próximo passo será transmitir as imagens do vídeo-árbitro nos ecrãs dos estádios, para que os adeptos e os jogadores possam ver que decisões estão a ser tomadas e porquê", sublinhou o antigo árbitro italiano, em declarações reproduzidas pelo jornal Record.

A ideia passa por fazer algo que existe há imenso tempo nas ligas americanas de diversos desportos, como a NFL (futebol americano), NBA (basquetebol), MLB (beisebol) ou NHL (hóquei no gelo), onde o vídeo-árbitro atua à frente dos adeptos, com as imagens analisadas a serem exibidos nos ecrãs dos estádios e pavilhões. No futebol americano, por exemplo, os árbitros informam todos os espectadores da decisão e explicam os motivos que os levaram a tomá-la, algo semelhante ao que acontece no râguebi, por exemplo.

No dia 3 de março a International Board (IFAB) irá decidir se a tecnologia será mesmo utilizada no Mundial’2018, durante a 132ª assembleia geral da organização. Nessa reunião serão discutidas várias modificações às regras de jogo, relacionadas precisamente com o vídeo-árbitro.

A conta de Francisco J. Marques no Twitter esteve suspensa algumas horas esta quarta-feira, não sendo possível nesse período aceder às publicações do diretor de comunicação do FC Porto naquela rede social.

A partir do momento em que voltou a estar online, o diretor de comunicação do FC Porto explicou que a suspensão ficou a dever-se a uma música de Jack White que acompanha a publicação sobre o triunfo dos dragões no Estoril. De facto, a distribuidora Popstock Portugal publicou um tweet em que acusava Francisco J. Marques de ter violado a lei dos diretos de autor ao acompanhar um vídeo com uma música de Jack White. "Infelizmente, Francisco, você não pode utilizar canções em vídeos para qual não tem direitos. A música é do Jack White e a @popstockpt não recebeu nenhum requerimento para a sua utilização", podia ler-se.

No momento do regresso, Francisco J, Marques disparou na direção de uma dos administradores da página satírica no facebook, Azar do Krajl. "A Popstock Portugal sofre de dor de corno. E porquê? Porque o Nuno Dias da página Uma azia do Kralj, trabalha na Popstock e também estava à espera de festa no Estoril. Vou continuar a ouvir o excelente Jack White e a acompanhar uma equipa e adeptos Connected by love. Fascismo não", publicou.

A Popstock Portugal sofre de dor de corno. E porquê? Porque o Nuno Dias da página Uma azia do Kralj, trabalha na Popstock e também estava à espera de festa no Estoril. Vou continuar a ouvir o excelente Jack White e a acompanhar uma equipa e adeptos Connected by love. Fascismo não pic.twitter.com/wKVFeE0Ae2

— Francisco J. Marques (@FranciscoMarkes) 21 de fevereiro de 2018

A exibição de João Capela não agradou ao Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF). Por isso mesmo, o jornal Record escreve que o internacional vai sofrer consequências pelos erros cometidos na vitória do Sporting em Tondela. O CA analisa regularmente o momento dos árbitros e a penalização deve passar por deixar Capela de fora durante algumas semanas, como já aconteceu com outros árbitros esta temporada.

Não se trata de ficar na ‘jarra’ ou de castigo mas, sim, de um ato de gestão do Conselho de Arbitragem, até para retirar o juiz em causa dos holofotes. Além disso, o simples facto de ficar sem arbitrar durante uma ou duas semanas tem repercussões a nível financeiro para o árbitro, que não irá receber por esses jogos que poderia apitar.

Apesar de não lhe ser apontado um erro grave em específico por parte dos órgãos dirigentes da arbitragem, a atuação de Capela em Tondela acabou por ficar marcada pelo excessivo tempo de compensação que deu após os 90’, período durante o qual o Sporting acabou por marcar o golo da vitória. Também não mostrou, como devia, amarelo a Coates, que tirou a camisola durante os festejos do 2-1, e deixou passar em claro uma falta dura de William sobre Bruno Monteiro.

Esta não é a primeira vez que o CA decide dar ‘descanso’ a árbitros, como se pode constatar pelo mapa de nomeações. Aconteceu, por exemplo, a Vasco Santos, que foi VAR no Benfica-Belenenses e não avisou Rui Costa para a entrada para vermelho de Eliseu sobre Diogo Viana. Ficou um mês e meio sem apitar na Liga. Para além deste caso, ainda na semana passada, o VAR do Sporting-Feirense, Manuel Oliveira, deu uma indicação errada a Luís Ferreira (levando à anulação do golo de Doumbia) e ficou de fora esta jornada.

Desta forma, o que vai acontecer com João Capela não é um caso inédito, uma vez que o Conselho de Arbitragem mostra estar atento às exibições dos árbitros e, nesse sentido, não deixa passar erros graves incólumes. As falhas dos árbitros têm, de facto, consequências – acima de tudo financeiras, já que deixam de receber os prémios de jogo.